sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lula cita golpe de Honduras para defender a reforma da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exemplificou com o golpe de Honduras para defender uma reforma que fortaleça os organismos multilaterais. “Em Honduras, o que a OEA (Organização dos Estados Americanos) fez? Fez as reuniões, tomou as decisões, e simplesmente o golpista não atendeu a nada", argumentou Lula, ao comentar para a imprensa a escolha do Brasil para o Conselho de Segurança da ONU, nesta quinta-feira (15).

Lula em Floresta: reforma do conselho pode sair este ano"Se tivesse maior representatividade política, a ONU decidiria e os países cumpririam”, disse o presidente. Lula falou aos jornalistas durante visita às obras de transposição do Rio São Francisco, em Floresta, no sertão de Pernambuco, a 440 km do Recife.Lula lembrou que "há 15 anos o Brasil tem reivindicado uma reforma no no Conselho de Segurança da ONU". E declarou-se "muito otimista de que este ano nós iremos conseguir fazer uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, nos seus membros permanentes". A escolha do Brasil hoje, por 182 votos em 183, foi para um mandato de dois anos.“Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar as decisões e essas decisões serem executadas, ela tem que reformar o conselho e colocar outros países (como membros permanentes)”, disse Lula. O presidente usou uma metáfora para mostrar a situação do atual Conselho de Segurança da ONU, comparando-o a uma fruta madura. “Eu estou convencido de que esse negócio do conselho permanente da ONU está igual a uma fruta madura. Quer dizer, ela já está passando do ponto, daqui a pouco ela cai, e se os dirigentes da ONU, sobretudo os países que mandam no conselho, não aceitarem a reforma eles serão responsáveis pela fragilidade da ONU”, afirmou. Mas declarou-se otimista, esperando que o conselho passe por uma reforma ainda este ano.A diplomacia brasileira defende uma reforma do Conselho de Segurança que amplie o número de membros permanentes, hoje restrito a cinco países escolhidos de acordo com a geopolítica de logo após a 2ª Guerra Mundial (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França)."Nós estamos convencidos que a ONU está superada. A ONU de 1948 não representa a correlação de força existente no mundo hoje, nem geograficamente, nem politicamente, nem economicamente", sublinhou o presidente."É preciso que se leve em conta a participação dos países de vários continentes. A África pode ter um, dois ou três países representados; a América Latina pode ter um, pode ter dois; não tem como explicar o Japão estar fora, a Alemanha estar fora, não tem como explicar a índia estar fora", argumentou Lula.Lula defendeu ainda que o conflito palestino-israelense no Oriente Médio não pode ter como principal mediador os Estados Unidos. “A questão do Oriente Médio não pode ser um problema particular dos Estados Unidos. Quem deveria resolver o conflito entre judeus e palestinos é a ONU, mas, segundo ele, não o faz porque não tem força. O o que nós queremos é que a ONU tenha muita força”, avaliou.Da redação, com agências

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