segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PMDB de Brumado entre a cruz e a espada

O Brasil tem passado nos últimos anos (era Lula), momentos de muita esperança. O projeto político encabeçado pelo PT vem demonstrando dentro de suas limitações, ou seja, dentro de um quadro de correlação de forças não tão favorável, à verdadeira e necessária mudança que nosso povo tanto aguarda, Acredito que é preciso ampliar a base do governo Lula, conquistar mais partidos políticos do campo centro esquerda e dentro desta base, fazer com que os partidos progressistas compreendam a importância de avançarmos este projeto rumo à construção de um Brasil soberano, justo e democrático.
No âmbito desta conjuntura, a Bahia em 2006, conseguiu afastar do poder uma força política que historicamente já se achava donos da maquina administrativa de nosso estado. A derrota do carlismo significou a renovação da esperança do povo baiano que conviveu por muito tempo com a intempérie do autoritarismo, arrogância e da prepotência dos mandatários de um estado opressor. Diante disto, compreendo que a derrota do projeto político do governo Lula é o retrocesso para o Brasil, pois significará a volta dos órfãos da ditadura, das privatizações e da política externa anti-soberana.
Na Bahia, o governo Jaques Vagner, tem conseguido significados avanços, tendo em vista, o desmonte do aparelho estatal patrocinado por sucessivos governos carlista. Hoje o povo baiano tem a possibilidade de discutir política sem o medo de outrora. Políticas importantes no campo da saúde, educação, juventude entre outros, tem demonstrado o quanto é possível fazer política em nosso estado com responsabilidade e respeito ao povo.
A unidade das forças política na Bahia que representam o projeto político do Governo Lula é fundamental e imprescindível na conjuntura atual e, quem não percebe isso, são os interesseiros de plantão, os oportunistas ou aqueles que nunca defenderam tal projeto, neste sentido, no caso especifico da Bahia, o Ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), diga de passagem foi um agressivo opositor do governo Lula no seu inicio, para tanto não é de surpreender sua atitude frente ao governo de Jaques Vagner.
Feito as considerações em relação à importância do projeto político encabeçado pelo PT, vou neste momento tecer alguns comentários da atual conjuntura política que se apresenta na cidade de Brumado-Ba. Para isso, farei comentários sobre um artigo escrito pelo Senhor Adailton Miranda (advogado e ex-petista) que tem como título “PT de Brumado: briga por cargos no melhor estilo fisiológico”.
O Senhor Adailton Miranda, começa seu artigo fazendo duras criticas ao diretório municipal do Partido dos Trabalhadores de Brumado, nas figuras de Fredinho e Salvador da Farmácia, dizendo que os brumadenses foram surpreendidos com a postura oportunista e fisiologista do PT ao exigir os cargos ocupados pelo PMDB de Brumado. O mesmo nos faz acreditar que seria uma injustiça o PT querer os cargos ocupados pelo PMDB em Brumado, pois em suas palavras, o PMDB “comeu poeira e sal” para ajudar a mudar a Bahia, elegendo o governador Jaques Wagner e o Vice Edmundo Pereira Santos.
Primeiro é mais do que justo o PT como outros partidos da base do governo Jaques Vagner que atua no município de Brumado exigir os cargos ocupados pelo PMDB, pois o mesmo já não faz mais parte do governo, contraditório e estranho é a turma do PMDB de Brumado que está acostumado a ocupar cargos administrativos, na mais perfeita formula fisiologista que se tem conhecimento, não querer perceber que com a decisão do Ministro Geddel Vieira Lima de disputar uma vaga nas próximas eleições os colocam na oposição, sendo assim, teria por ética e senso do ridículo de entregar os cargos ocupados até o momento, o PMDB de Brumado precisa bater em retirada e fazer o seu papel republicano. É hora de largar o osso!
Mais à frente, o autor do artigo continua a rechaçar o ex-candidato a vice-prefeito na chapa composta pela deputada Marizete Pereira, e o membro do diretório municipal do PT de Brumado o Senhor Salvador da Farmácia dizendo que só aceitaram apoiar Marizete Pereira para prefeita se ganhasse o cargo de vice. “Oras bolas!” Nada mais que normal, na conjuntura de disputa política os partidos almejarem posições no poder executivo que venham a significar mais intervenção de suas idéias no âmbito de qualquer governo.
Neste sentido, o PT de Brumado foi firme, e na coerência de suas idéias buscou ocupar mais espaço no cenário político de Brumado, coisa que deveria ser feito por mais partidos políticos no município considerados de força eleitoral menor. O que se nota entre os brumadenses ao contrario do que disse, o autor do artigo, em relação ao PT, não é nenhuma surpresa, pois o Partido dos Trabalhadores como qualquer outro partido que ajudou a eleger Jaques Vagner em 2006 tem sim o direito de exigir a saída dos indicados pelo PMDB dos cargos em Brumado. E a surpresa maior ao nosso ver, é estes cargos continuarem nas mãos dos traidores do projeto político que levou Jaques Vagner ao Palácio de Ondina.
O certo é que o PMDB de Brumado está entre a cruz e a espada. De um lado está a possibilidade do vice-governador, Edmundo Pereira santos, convencer Geddel a voltar atrás, sendo assim, nas palavras do presidente da assembléia legislativa da Bahia, o deputado Marcelo Nilo, “à volta do PMDB é bem vinda, porém o mesmo voltará para o fim da fila”. Ou seja, se o ministro recuar, vai ser desmoralizado, neste sentido, o baluarte do PMDB de Brumado arrastará para os seios de seus correligionários Brumadenses a fraqueza típica dos covardes. Do outro lado se encontra a morte anunciada de uma força política no município de Brumado que ao longo de muitos anos governou a cidade de forma displicente, que não conseguiu renovar seus quadros políticos, fazendo com que os brumadenses optassem por uma alternativa política em 2004 que não espelha nem de perto os anseios dos brumadenses por mais participação na esfera governamental.
A chegada de Eduardo Vasconcelos (hoje PSDB) a prefeitura de Brumado foi fruto mais da incompetência do diretório municipal do PMDB, que não se renovou, que não abril espaço para os outros partidos políticos de sua base, fazendo com que os Brumadenses optassem por outra alternativa administrativa, do que por mérito próprio do atual prefeito de nossa cidade, que tem demonstrado em seu governo um revanchismo descabido e insensato. É preciso compreender que o interesse do povo de Brumado está acima de qualquer briga entre as forças políticas que atuam em nossa cidade.
Para terminar a nossa pequena contribuição, sobre a analise conjuntural do município de Brumado, gostaria de ressaltar a importância dos partidos de Brumado que compõem a base do governo Jaques Vagner que saiam unidos em favor da reeleição do Governador, pois significará o avanço das forças progressistas, o caminho mais curto para enterrarmos de fez os órfãos de ACM e, nesta conjuntura, aqueles que não entenderem que o melhor para a Bahia é o projeto político capitaneado pelo PT, é porque nunca teve realmente afinidade com tal projeto.
Neste contexto, solicito permissão aos petistas Brumadenses para transcrever parte da nota do diretório municipal do partido publicado em 08/10/2009. “Em política feita às claras, não há meio termo (...) os indicados pelo PMDB para ocuparem cargos de direção do governo do Estado em Brumado devem devolver, o quanto antes, os cargos para o governo que eles decidiram não mais fazer parte”. O trem da historia não pára, e aqueles que saíram por motivos de interesses pessoas, se conseguir pegar o mesmo na próxima estação, ficará nos fundos e não terá direito a janela. Boa sorte Ministro!

Agno Meira
Graduado em História pela Universidade do Estado da Bahia.
Ex-presidente da União dos Estudantes de Brumado
Membro do diretório do PCdoB em Brumado.

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